O coworking carioca de moda que acaba de abrir as portas no espaço de 2.500 metros quadrados de uma antiga gráfica em São Cristovão (saiba mais aqui), tem tudo para influenciar o mercado nacional de inovação em sustentabilidade. Sete entre as cerca de quarenta marcas residentes na vila de contêineres-escritório e nas mesas de coworking da Malha, já nasceram com atributos sustentáveis em seu DNA.

Nessa lista, a Mig Jeans trabalha com reaproveitamento e customização de peças jeans; o Reroupa, fundado pela estilista e coordenadora da Escola de Moda da Malha, Gabriela Mazepa, é voltado para a transformação criativa de roupas antigas e trapos de tecidos; a Mescla é uma marca masculina que trabalha com matérias-primas orgânicas e recicladas; o guarda-roupa coletivo Lucid Bag “circula” roupas e inclui os clientes na geração de renda; a Odyssee produz acessórios feitos de componentes eletrônicos descartados; e os negócios sociais Rede Asta e Bossa Social têm foco no beneficiamento de grupos produtivos e comunidades.

O designer e fundador da Mescla, Lucas Arcoverde, conta que eles já haviam vendido em duas multimarcas e antes de lançarem o espaço na Malha, contavam apenas com um e-commerce. “Agora com um ponto físico as pessoas poderão conhecer de perto os tipos de materiais que utilizamos e o acabamento que temos.”

Os produtos da Mescla são produzidos com algodão 100% orgânico, sobras de algodão tradicional, fibras de PET e câmara de ar de pneus – que após passarem por um curtimento dão um acabamento similar ao couro nas bermudas da marca.

“Estamos sempre buscando novas matérias-primas para reaproveitar, além de utilizarmos recursos de baixo impacto. Estudamos que produtos podemos desenvolver, agredindo o mínimo possível e criando objetos de desejo para a moda. O Fashion Lab, assim como a área de costura compartilhada da Malha, vão fazer com que possamos testar coisas novas. Lá poderemos colaborar com outros projetos e aprender muito com nossos “vizinhos””, contou Lucas.

A iniciativa Odyssee, da designer Fernanda Nicolini, irá se beneficiar do espaço do galpão para trabalho e networking, e também para realizar o recolhimento das peças e componentes eletrônicos que dão vida à marca.

Fernanda explicou a proposta: “Estamos com um ponto fixo de coleta na Malha para pequenos e médios volumes, como cabos USB, mouses, pendrives e celulares. Estar participando de um projeto tão inovador trará respaldo para a marca e maior credibilidade, além de possibilidades para ampliar nossas ações de recolhimento, e com isso aumentar nosso alcance.”
A Odyssee também tem parceria com a iniciativa carioca de reciclagem de eletrônicos Zyklus, e possui outro ponto de coleta no bairro do Jardim Botânico. Quem tiver interesse em fazer sua doação pode escrever para contatoodyssee@gmail.com

Após esse primeiro dia da Malha de portas abertas, e com o início das rotinas de trabalho, o interior dos contêineres ganharão mais “cara” de escritório. Algumas marcas irão até dividir o espaço com outros vizinhos. As feiras estão previstas para acontecer uma vez por mês, já a Escola da Malha terá uma agenda própria de cursos e workshops, alguns deles voltados diretamente a discutir os novos rumos da indústria de moda. Vale ficar ligadx nas redes da iniciativa para estar por dentro! ✎✎